Tempo d'Aldeia, 27 Fevereiro, Biblioteca de Ourique



“ Esta podia ser uma aldeia como todas as outras, mas não existe nenhuma aldeia igual a todas as outras. Cada terra tem o seu nome, a sua história, a sua riqueza, o seu povo... Ó D’aldeia! Há os que são da terra e há os novos que vêm de fora, uns passam e outros ficam. A vida ainda corre por estes lados, mas custa, porque tudo é longe e leva tempo... os galos cantam, os gatos miam, os cães ladram, a caravana passa, a coruja canta ao luar, quando calha lá se monta o baile e o coração bate na alegria de encontrar o que se procura. É o tempo d´aldeia que se encontra nas histórias que giram à nossa volta. Ainda assim, vamos à vida hoje como fomos ontem e iremos amanha, a semear para colher, a semear para colher... “

























Tempo d’Aldeia nasce de um processo de transição - da cidade para a aldeia onde se encontram marionetas criadas à lareira, numa casa típica d’aldeia, num dia a dia comum onde há vagar para ouvir as histórias dos ancestrais, entender o seu modo de vida e partilhar as histórias dos novos rurais à procura de uma forma de vida ligada à natureza.

A história foi inspirada pelo movimento de transição que nos traz da cidade para o meio rural, pelo escutar das histórias antigas e sonhos do amanha, pelo trabalho “Oliva” - pintura mural a fresco realizada pelo Centro de Convergência em projecto SVE - Serviço Voluntário Europeu no Lavadouro da Aldeia das Amoreiras, pelo convívio entre os locais, novos rurais, visitantes e voluntários oriundos dos mais diversos cantos do país e mundo que pela Aldeia das Amoreiras passaram e passam, criando laços de amizade e amor com os anciãos, jovens, a própria terra e sentimento d’aldeia.

Surge nas experiências do trabalho agrícola, entendendo de onde surge o cantar tão rico e expressivo que a Liga dos Amigos das Minas de São Domingos e anos antes Michel Giacometti, tão bem recolheram e salvaram.

No sentido de continuar o caminho de transição, promover o desenvolvimento rural e valorizar o trabalho voluntário - Tempo d’ Aldeia - Teatro de Bonecos torna-se uma ferramenta de entretimento lúdico na Cultura Popular onde a história se funde no cante e aproxima o público da essência rural e do seu valor para a humanidade em período de transição.

Neste espectáculo os mais jovens valorizam o tradicional e popular, os idosos, especialmente os do Alentejo, recordam-se em muitas situações com notável emoção e aqueles que percorrem o caminho reconhecem a sensação de chegar de viagem e serem acolhidos na fraternidade típica das aldeias.
Em geral, o público recorda que existem aldeias, que existe o trabalho voluntário, que existe a simplicidade das coisas e que o mundo, formas de estar na vida, estão em transição e cada vez mais se ouvirá falar do voluntariado, da troca de serviços e do regresso às aldeias.

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